quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Insensato



Que culpa tenho eu de ter te encontrado?
Destemida neste jogo, eu vim pra ganhar-te.
Entre todos os achados, você é o meu perdido,
Mesmo sendo um canalha teu lugar é cativo.

Ressurge das cinzas, minhas noites se tornam intermináveis,
Homem negro, aço puro. Eu me amasso nesse amasso.
Entre tantos o mais belo nessa louca aventura.
Nosso caso já deu samba, mas você nunca dança.

Rói-me o peito sem ter dó, sabe certo como ter-me.
Aventuras de um macho cobiçadas com prazer,
Um banquete de primeira onde você mata a fome.

Eu lhe entendo aventureiro... mas de mim tu tens medo.
Meu amor contagiou toda sua insensatez,
Aos pouquinhos fui minando esse homem imbatível.

Dominique da luz, 16.02.2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Rotina de Branco


Corredor frio, silencioso. Ruídos de passos apressados,
Cada leito, uma dor. Histórias bizarras.
Sensibilidade aflorada, temos que contê-la.
Procuramos forças extintas. . . Retornamos vigoradas.

Deparamo-nos diante do próximo, apático, vencido na dor.
Às vezes nos tornamos impotentes. . . Nada a fazer,
Como abreviar sua ida? Não queremos perdê-lo.
Esperanças existem. Decidir sem dúvidas.

Malograr jamais, a cobrança é nossa,
Intimidativo? Temos o antígeno.
Frustrados não, paciente consciente!

Veste-se o branco no corpo e na alma,
Luta constante da vida com a morte.
Onde os limites se findam no óbvio.

Silvia Dunley      05.12.2010

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011




Chacoalhar



Estamos fartos dos líderes em decadência,
Espertos no poder, egoístas e capitalistas selvagens.
Tendo sempre essa visão nesse mundo imundinho,
Eu ainda otimizo que podemos chegar lá.

É fato que o homem é o próprio autor da sua história,
Estamos hibernando há muito, vamos procurar o sol!
Tenhamos bom senso, pois a lógica nos obriga à perfeição.
Porque caminhamos em trincheiras, quando podemos beijar o solo?

O poder quase sempre é maligno em mãos despreparadas.
Nós vivemos sempre em guerra, pois o homem apodrece!
E diante disso tudo, só nos resta as frustrações.

Nesses rastros de ideais temos que erguer as vozes.
E aos gritos, sem temer, os dogmas que nos assustam.
E na busca de mudanças, nivelamos esse mundo.

Silvia Dunley    14.09.2010

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Corpo a corpo



Que paixão desenfreada, tentadora e consciente.
Em abraços começamos o que nunca terminamos,
Nossa gana cai na cama, nossas horas tremulantes.
Arrepia nossos corpos e furtiva nossa alma.

Eu adoto seus pedidos com meus toques bem famintos,
Cicatrizo suas feridas, degustando essa carne.
Saciado por inteiro, eu te faço adormecer,
São segundos de um Deus que perduram por milênios.

Cintilantes essas horas, onde o mundo pega fogo!
Exalamos um perfume que entorpece nossos corpos,
Vamos aos poucos à alquimia, ao prazer de copular.

Que nos sigam os amantes, pois amar não é pecado!
Dou-te afinco por querer, te consumo por inteiro,
Invadi seu território e me fiz sua prisioneira.

Silvia Dunley         03/02/2011

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Uma noite de amor



É uma hora de encanto , quando a noite nos visita.
Tudo pode acontecer em minutos ou segundos.
Nossos corpos se misturam  sem pudor com muito amor.
Na penumbra da loucura, desenhamos nosso amor...

Vamos aos poucos com carinho, descobrindo nossos corpos.
Os delírios nos conduz cegamente as grandezas dos prazeres
Nossas vidas se alinham sobre a cama tão sedosa.
Entre vultos e abusos nos fazemos muito amor.

Desmaiamos de prazer saciados nessa busca
Mas a noite continua e nós vamos no embalo.
Que loucura  mais gostosa, quantas noites de amor.

Entre todos os encantos ,nossos encantos encontramos.
Nossos corpos ainda desnudos, se abraçam com a noite.
E no auge do prazer, nós somamos um só corpo...

Silvia Dunley       28.08.2010.



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Puro prazer


Loucura querer-te nesse corpo molhado,
Meus dedos escorregam e se alinham aos pelos.
Trejeitos roubados nos beijos de amantes,
Trocando carícias de fogo e volúpia.

Deitados esses corpos, fagulhas se acendem,
Criamos dois deuses de puro prazer.
Chegamos ao clímax com pompa e astúcia.
Frenético doar-se, ao orgasmo infinito.

Repetidas vezes voltamos à sede.
Eu bebo na taça que sorves meus ‘ais’.
Malícias de amantes, valores da alma.

Castigas meu corpo, carinho esse macho!
Ditosa leoa, se deita e se deixa.
Fêmea saciada por um macho soberano!

Silvia Dunley    02/01/2011

Ouse


Pra que bola de cristal, quando sei que vai dar certo?
Mas que cético tão poético, quando dizes que está crendo!
São vitais que nossas vidas sigam afinco nesse afim.
Por favor, sem bobeada, nessa tênua ingenuidade!

Larga dessa louca gastura, se aquiete só comigo.
Quem não vê o pôr-do-sol, se inibe ao nascente.
Moço infludo, tão totoso, sai da toca, mostra o rabo.
Acredite que Afrodite faz de ti um apogeu.

Nossa sorte está lançada, procuramos nossas táticas.
Nesse jogo só quem ganha, quem também sabe perder.
Vamos logo, não se oculte. Mostre a face dos dois lados.

Possessivo no amor, não se oponha, me aposse.
Domadora, eu te caço e te faço sedutor.
Dê-me a gula de ter-te nas gotículas do teu suor.


Silvia Dunley,   12.10.10.

Ame-a


Tatuei o seu nome, oportuno e decoroso,
Tão briosa e versátil, faz a pele pegar fogo!
Alicio os desejos, apoiados na vontade.
Encontrei todos os sentidos neste amor destemperado.

Disfarcei meu Bom Humor, tornei-me impertinente,
Meninice ou cretinice, eu mirei o alvo certo.
Extasiada na incerteza, procurei dar xeque-mate,
Uma jogada crucial que me fez  virar o jogo.

A procura do indulto, protelei-me no desejo;
Ultimato eu já me dei, desafio meus limites,
Aturdio sem temor; decisão de alto risco.

O apetite é voraz, por inteira consumida,
Mas você sempre se esconde, bate sempre em retirada...
Alimente essa moça. Essa fome você tem... e como tem !

Silvia Dunley.       16.11.2010.

Gipsy Kings - Bamboleo (Videoclip)


Música Cigana.

Corpos ardentes



Vibram desejos, crepitam carícias,
Seduz meu pudor, cobiças meus ais.
Ritmos afinados, a fim desse samba,
Valsamos os corpos, delírios debutes.

Seguras com pompa, um corpo dourado,
Anestesio momentos que guardo pra ti.
Entrego-me nesse vício chamado você.
Flutuas meu anjo, sou fêmea faminta.

Meus olhos seduzem as suas vontades,
Combato esse homem que queima minha pele.
Tatuo esse amor no peito e na alma.

Avanço limites de amantes em brasa.
Os corpos aquecidos nos levam as loucuras.
Sussurro baixinho: me tenhas outra vez!

Silvia Dunley    27.01.2011.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Que tal uma fusão ?


Sentir sua pela no toque das mãos.
Contornar úmidos lábios na ponta dos dedos.
Beijar-te sem pressa, sem conta do tempo.
Roçar-me em seu peito, enlaçar-me em seus pelos.

Ah ! Moço. Quantas mazelas farias, quantas !
Entorpecida ao perfume, meus “ais” eram . . . “uis”.
Seguia seu olhar ocultando a timidez,
Todinha abraçada certamente me continha.

Sentados na rede e aos poucos reclinados.
Balançam desejos que exalam os poros.
Pecados, jamais. Dane-se o mundo ! ! !

Vem bem devagarzinho e sinta-me sem temor.
Envolvo-me em seda, ceda essa sede . . .
Esses corpos atraídos, totalmente desejados se fundem num só.

Silvia Dunley          20.01.2011

Meretrizes

Não consigo imaginar, dois na cama sem amor.
Compreendo uma meretriz e a respeito como dama.
Foi a vida que ela quis, ou não teve sua escolha.
Desatenta das virtudes, corre os riscos do desejo.

Muitas damas bem casadas, que se dizem carentes,
Tem seus casos e descasos e jamais são tidas tais.
São histórias mal contadas, todas vindas de castelo.
E então me pergunto: pra que tanta hipocrisia?

Vendem o corpo já cansado, onde a alma já se foi.
São guerreiras, vão à luta, e da vida nada esperam.
E ainda dizem que são de vida fácil?

Dão seu corpo aos abutres oportunistas.
São ciganas, rodam e rolam.
São casinhas coloridas, mas suas vidas preta e branca.

                Silvia Dunley    04/09/2010





Caminhos da vida....

De garota a mulher


 Imatura como um grão, transformei-me em mulher,
Conhecendo um novo mundo, eu perdi meu debutar.
Fui aos poucos assumindo, posição de uma dama.
Mas meu íntimo pedia que eu brincasse de boneca.

À frente do luxo, com lençóis de algodão egípcio,
Assumia precocemente o meu instinto maternal.
Nos momentos rotineiros, resgatava meus direitos.
Mas nem só de Patagônia e gelo vive o Chile, minha gente !

Hoje sei do absurdo, pois não vi as violetas nem petúnias.
Acordei de um pesadelo, encontrei maus bocados.
Já dormi junto aos pássaros, mas matei muitas aranhas.

Eu subi grandes degraus, mas desci até o porão.
Procurava em silêncio, minha nobre envergadura,
Que perdi aos treze anos, onde o tempo abocanhou . . .

Silvia Dunley.    14.11.2010