quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Desnudando-nos

 
Não quero teus holofotes nem tão pouco um solitário.
Chega de tanto burburinho e me deixa te amar de verdade.
Te arranco desse berço e lhe ponho aqui no chão.
Nos rolamos meio insanos ao redor da alcova branca.

Colibri da minha vida não proíba de te amar.
Com a doçura dessa fera que te come como caça nessa raça.
Eu te faço desnudar esse corpo com suaves beijos meus.
Dominamos esses vultos nus que se enroscam pele a pele.

Sua vida é minha vida. Minha bagagem te carrega.
Envolvidos nessa trama, nós dançamos na essência.
Nossa história vai ao vento e retorna em furor.

Acrobática essa estrela que clareia nossos corpos.
Galopamos noite a noite aos gemidos arrepiantes.
Inflamamos essa soma nessa cena nua e bela !

Silvia Dunley 14.02.2012

Meu chão

Sentidas saudades em dias de sol.
Perguntas ao léu e dúvidas mil.
Marejados olhos nesse íntimo ser.
Imagino meu Deus na busca por ti.

Adormeço em preces em busca de paz.
Açoito sua falta nas asas de um anjo.
Aconchego meu corpo nessa cama tão fria.
Revivo passado que reinam presentes

Preciso respostas pra tantas perguntas.
Caduco meu peito que a muito adormece.
Grito teu nome com eco brutal !

São longos caminhos em distintos atalhos.
Momento só meu criados na alma.
Procuro esse chão chamado você.

Silvia Dunley 22-02-2012


Nossa geografia


Trago a lume que uso e abuso ao deitarmos.
Complexo e controverso toda nossa intimidade.
É um terreno movediço na cilada dessa vida.
Admito ousadia pois amar não tem limites.

Fisgada pela habilidade camaleônica de um escorpião,
Seu veneno paralisante e mortal me alucina...
Você entende toda letra da canção e sabe amar a melodia.
Eu me rendo em tuas garras e me deixo fascinar.

Lado a lado, cara a cara, a verdade veio à tona.
Torcemos para um sim mas com um vigoroso agora.
Manifestantes desejos em corpos acalorados.

Verdadeiros predadores cujas veias jorram gozos.
Conquistamos esse ápice nesses ganhos de amantes.
Serenamente deixamos vestígios no calor das emoções.

Silvia Dunley 23-02-2012

Te quero, moço!

Chega de não ditos. Basta de segredos.
Não foi por nada que me penitenciei.
Mas sim por uma causa nobre e rara.
O de querer-te por inteiro a minha metade.


Quero um alento pro meu canto ao vento.
Rasgar transparente véu que cobre meu corpo.
Ditar grandes acolhidas em colos tão quentes.
Deter essa paixão áurea por milhões ou tostões.


Tocar seus grisalhos cabelos em abusos meus.
Beijar essa boca ávida em famintos suspiros.
Deixar seu corpo ferver ao calor de nossos atritos.

                                                                              
Tateio seus pelos com jeito tirana de ser.
Hipnotizo esse moço com gana na cama.
Sensíveis entregas nas úmidas entranhas.


Silvia Dunley 18.02.2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Lapido esse Deus

Nostálgico esboço de um passado nobre
Curioso entender que fiquei as turras
Grosseiro esse mundo que desabou sobre mim
Desculpa ardilosa nas lágrimas contidas

Corrosiva algazarra num meio da alma
Pitadas covardes assombram os 'ais'
Distantes estranhos açoitam esse peito
Procuro essa luz que a muito perdi

A face tensa se molha em saudades
Me dobro ao senhor de um jeito menina
Lhe rogo um azul num céu sempre cinza

Lapido esse Deus em cores serenas
Seguro essa fé com mãos pequeninas
Resgato esse pai que cala meu grito

Silvia Dunley  12.02.2012 
Enigma da vida

Te vejo tão forte diante de um fosco espelho.
Admiro seus passos em grandes compassos.
Não tenho esse porte de barganhar uma dor.
Conquista seus medos ditando emboscadas.

Aplausos ao doce menino que a vida maltrata.
Que serena postura ao enigma viver.
Seus olhos castanhos indagam o porquê?
Sou jovem demais pra ter tamanha ferida.

Vou indo e voltando em busca de um porto.
Caminho por pedras, mas hei de tirá-las.
Trilhas serão de rosas sem espinhos.

O mundo se faz um déspota pra mim.
Como posso achar respostas caladas ?
Preciso momento sentido na alma.

Silvia Dunley 12.02.2012 


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Nossas Alianças

Fisguei esse homem numa troca de olhar,
Cheguei rapidinho nesse peito ousado,
Caminhei por atalhos mas flores haviam,
Construí nosso elo com doces carícias.

Aticei suas neuras com uivos de loba,
Arranhei o seu dorso com garras felinas,
Deixei meu suor molhar os seus beijos,
Fui de santa a capeta, fui ao cume da luxúria.

Não podia ter quebranto nesse amor destemido,
Com a fúria de uma pantera no seu cio,
Te fazia saciado ao sentir-me sob si.

Quanta sede, quanta fome! Quantas vezes repetidas,
Tantos toques bem picantes em suaves sensações,
Me perdia em seus braços nessa troca de prazer.

Silvia Dunley 09.02.2012

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Entre retalhos e fantasias



Sambando ao som de um pandeiro candente,
Capricha a cabocla com arte pirata.
O surdo ecoa seu grito amante,
A festa se faz num canto do quarto.

Bamba no samba com pose rainha,
Dança na vida em meio aos confetes,
Renasce um pierrot no amor colombina,
Lança perfumes em corpos pintados.

Festa de luz e de muitos prazeres,
Fantásticos momentos vividos por nós,
Brincam no brilho de ousados sins.

Foliões que encantam madrugadas despidas,
Amantes que cantam vontades contidas,
Fantasias que criam um carnaval de nós dois.

Silvia Dunley   07.02.2012

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Nós dois

      


Ainda dou-te um gole de beijos.
Um montão de amasso regaço.
 Te embalo nesse canto sabiá.
 Me enrosco nesse corpo pontilhado.

Azucrino seus vícios aos meus.
Alimento seus gestos famintos.
 Atiço a sede de amar.
Abocanho sem perda de tempo.

Vamos dos urros aos sussurros.
Despimos minutos em horas.
Chegamos aos toques finais.

Cedemos todos encantos. Que jeito ?
Camuflei meus acasos. Pertinaz.
Fez-se belo e soberano ao nascer de um novo sol.

Silvia Dunley     24.01.2012

Mudança Radical

Jurei nunca mais te amar.
Que seus beijos, os rifaria.
Suas mãos, aprisionaria.
Que teu corpo, mutilaria.


Mentira pra mim mesma.
Fiz dos beijos meus açoites.
Com as mãos, corri teu corpo.
Com jeitinho, dei-te todos os deleites.


Tão escrava quanto nobre, eu te fiz soberano.
Acolhi tuas sandices que brincavam intimidades.
Crepitando seduções de um vulcão em erupção.


Que loucuras extremistas que imperam esses corpos.
Quanta gula ao ceder esses frágeis toques belos.
Esfumaça esse caso na nudez de um caso ousado.


Silvia Dunley     02.01. 2012

Abrindo as portas


Preciso buscar meu íntimo mulher.
Acender anseios a todos os sentidos.            
Abrir essa porta que teima comigo.
Sentir o perfume dos leitos dormidos.


Rasgar minhas vestes um tanto roídas.
Soltar essa essência que corre em mim.
Buscar nos meus dedos o rumo preciso.
Jogar com acertos e erros também.


Criar essa ninfa nascida em mim.
Rolar um auê por baixo dos panos.
Viver essa vida em cima do salto.


Acordar em borbulhas prazer.
Pintar o sete com cores vibrantes.
Voltar a reinar num mundo amante.


Silvia Dunley     10.01.2012

Duas Pimentinhas

Horas ficamos iluminando essa trama.
Fagueira, travessa e com ar de ingênua,
Vou te apimentando e você bate palmas.
Lambuzando esse moço com o gosto chocolate.

Feiticeira e astuta que desperta esse “velho moço meu”.
Que lhe rouba em seu peito os grisalhos desatinos.
Ferramenta alegrias e presenteia a caixa preta.
Que lhe rouba gargalhadas e camufla suas dores.

Que te cega o passado e lhe faz um homem novo.
Azucrina suas perdas e cobiça te caçar.
Que te vira do avesso e revira teu pensar.

Alimenta essa moça com vontades femininas.
Que me pega aos pouquinhos e me deixa “ser domada”.
Que ficamos tão juntinhos dedilhando nossos gozos.

Silvia Dunley     31.12.2011


Meu sonho

O que o corpo faz, a alma perdoa.
Prazer em te ver. Sem pressa, sem hora.
Habito esse peito pertinho de mim.
Que bom te roubar um canto menino.

Ocupo teus sonhos num ritmo voraz.
Absolvo tuas falhas roubando essa festa.
Acomodo tuas mãos num canto qualquer.
Mato essa sede que sentes de mim.

Quisera ganhar teus fartos afagos,
Roubar tuas manhas com jeito garota,
Colher teus deleites amantes.

Somarmos dois corpos pungentes ao dar.
Vivermos momentos moleques em nós.
Cruzar nossas almas aos intensos afins.

Silvia Dunley 29.01.2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Confissões de uma “Dama”

Pixei para montar suas imagens pontilhadas ...
Alcancei teu brilho pela intensidade das cores.
Fantástico momento onde sempre te resgato nas nuvens.
Esse amor sobrevive a uma hecatombe nuclear.

Presenteados fomos com as flores em essência.
No currículo amor, conseguimos upgrade.
Alquimia de amantes no engajamento dominós.
Seja nas artes, nas ciências ou nos negócios, dominamos.


Olhos vendados, enxergamos caminhos de intensa paz.
Bem-feito gostar, amar e ousar nossas trocas.
E isso certeza tenho, que dinheiro nenhum compra.


Vou beber da sua água. Vou à forra nessa arte.
Vou trazer minha candeia e brilhar o nosso rumo.
Dou-te dotes de uma dama que abriga muito amor.


Silvia Dunley     01.01.2012