segunda-feira, 16 de maio de 2011

A arte de amar




Aqueço tua alma nas horas mais frias,
Cavalgo teu corpo com pompa amazona,
Sacio tua sede com beijos em vinhos,
Detento tua fúria em suaves carinhos.

Afago esse peito com boas malícias,
Desnudo vontades de um homem machista,
Fisgo esse moço perdido na carne,
Freio seus ímpetos com força e coragem.

Busco seu cheiro na pele que queima,
Perco os sentidos nos vôos que fazemos,
Surgem magias deixadas em nós.

Agrido com arte esse corpo tão másculo,
Descobres em mim detalhes mais íntimos,
Atritam-se os corpos cobertos de amor.


Silvia Dunley 16.05.2011



segunda-feira, 9 de maio de 2011

A outra metade


Reclinei minha cabeça sob a dor que atormentava,
São saudades de você que furtavam minha alma.
Tu voastes para as estrelas e contigo, minha essência.
Hoje piso vagarosa, sem ter pressa, sem ter hora.
                                                                                                 
Minha face se desfaz, mas contenho minhas lágrimas,
Nem a cor não é mais púrpura, é apenas acinzentada.
Sobrevivo ao flagelo de uma ausência tão presente,
Tu roubastes a minha paz e sequestrastes as alegrias.

Toda flor me lembra a ti, todo verso me transporta.
Eu te tenho nas manhãs e adormeço em teus braços,
Esse amor eternizou-se quando Deus te raptou.

À deriva eu fiquei e perdi-me nessa busca.
Nesse solo sem firmeza, meu caminho descaminha,
Como posso ainda estar viva, se morri junto contigo?!

Silvia Dunley,    09/05/2011 

Em suas mãos

Teu calar  fere a alma. Mil caquinhos se espalham,
Chegadas com partidas. Começos com tropeços.
Encontrei teu esconderijo. São fantasmas de um fraco.
É uma faca de dois gumes! Eu estou em suas mãos.

Seu reflexo distorcido, mil imagens odiadas.
Eis um astro apagado. Sorumbático viver.
Um acerto entre erros. Teu caminho , uma cilada.
Tentativas todas. Tu duvidas deste amor.

Íntimo tímido. Você berra em sussurros.
Permita-me te amar. Oculto seus receios.
Te afago, te acalmo.Te embalo nesse embalo.

Tantos gritos de prazer. Essas chamas reacendem.
Sequiosos com pudor, nossa entrega não dá trégua.
Devagar nos descobrimos, o sabor de nossos corpos.

Silvia Dunley,    31-01-2011