quarta-feira, 6 de março de 2013

Meu presente


Entrego essa boca molhada em desejos.

Abrando triunfos em tua cigana chegada.

Crio utopias em formosuras minhas.

Sufoco esse peito em suaves toques.

 

Afidalgo esse homem ao som rouxinol.

Enrubesço seus gestos nessa nossa entrega.

Delibero certezas vividas aos ventos.

Presenteio minhas vestes tiradas por ti.

 

Açoito esse homem nesse peito amante.

Abono pecados intrigados por nós.

Arribo tal qual um povo errante.

 

Adorno esse leito faiscado em calor.

Conforto teu corpo suado no meu.

Cortejo esse caso numa chuva de amor.

 

Silvia Dunley     27.11.2012

Estava escrito


Entre tantos desencontros nós achamos sintonia.

Nossas mãos firmes e ousadas deslizavam carícias

Nossos impulsos guardavam segredos delirantes.

Nossas horas se estendiam aos anseios cobiçados.

 

Eu cheguei pra te querer e te fiz o meu melhor.

Eu deitei sem deter-me e lhe dei o meu prazer.

Tu cobrias o meu nu com teu corpo umedecido.

Tu arrancavas meus suspiros com astúcia soberana.

 

Nossos corpos se fundiam nessa sede de amar.

Fomos aos poucos conhecendo essa troca valorosa.

Aos encantos da alcova nossos corpos murmuravam.

 

Nossos banhos desenhavam dois amantes incandescentes.

Quantas noites, quantos dias envolvidos por dois deuses.

Que caçada tão precisa que nos fez eternizar.

 

Silvia Dunley     22.11.2012

 

 

Em pedaços


Resolvi revirar passados meus.

Escolhi procurar teus pedaços.

Encontrei tuas linhas entrelinhas.

Mas aos poucos fui aos cacos.

 

Tua essência entorpece minha vida.

Desalinha esse nobre sentimento.

Fantasiam nossas perdas cristalinas.

Alimentam esse caso sem ter caos.

 

Vou fazendo um mosaico de nós dois.

Vou pintando uma aquarela colorida.

Trago traços de amantes ardorosos

 

Colo dou-te das noitadas levianas.

Furtos faço nesse corpo manhoso.

Entre trapos e farrapos te fascino.

 

Silvia Dunley     27.12.2012

 

Centelhas de amor


Fascinante esse caos duvidoso.

Assombrada eu pouso destemida.

Ilusório ser-me o sol que me aquece.

Ansiosa eu te busco incendiar.

 

Ironia do destino ou talvez ousadia.

Desfrutamos ambição desmedida.

Afiando nossas almas como facas.

Na mais doce das raízes entre corpos.

 

Silencio meu calar nesse teu rapino ser.

Apimento esse mundo sensual libertar.

Exaltando abusar nossa pele serenar.

 

Afagando os minutos nesse eco brutal.

Tatuando vontades nesses corpos alfazemas.

Arrojando centelhas nesse leito regozijo.

 

Silvia Dunley     17.12.2012

 

O poeta e sua deusa


Um escravo poeta que vence em rimas.

Uma deusa escarlate que intriga nobreza.

Duas almas vestidas em diamantes textos.

Dois seres distintos levados ao vento.

 

Aos cantos cantamos sonatas tão ébrias.

Aos poucos criamos castelos sem portas.

Pousamos o lápis no ritmo do íntimo.

Absortos voamos nas asas querer.

 

Quem dera poder deter-te em sílabas.

Roubar teus encantos aos sonhos meus.

Criar aventuras no mundo amantes.

 

Coroar-te meu rei nas frases carnais.

Ousar nas palavras e galgar no teu dorso.

Esculpir dois deuses criados em rimas.

 

Silvia Dunley     14.12.2012

De olho


Aos gritos e sussurros ganhamos o natal.

Enfeites coloridos ofuscam as verdades.

Pessoas apressadas procuram consumir.

Embalamos presentes ao ego renascido.

 

Cegamos nossos gestos ao pobre sofredor.

Caminhos derrapamos ao ver tantos ao chão.

Calamos nosso grito aos sonhos moribundos.

São gentes como nós que habitam as calçadas.

 

As noites são infestas aos cantos carentes.

A brisa traz o cheiro nas trincheiras da sina.

A burguesia traz os dogmas aos pobres coitados.

 

Palacetes se acendem na magnitude plena.

A mesa tão farta se farta em louças tão raras.

Aqui bem pertinho, no canto da rua, Deus o abraça!

 

Silvia Dunley     03.12.2012

 

 

Simples jura


Acetino como fêmea faminta.

Assedio ensaios tão íntimos.

Desfruto toantes olores.

Descubro esse corpo trigueiro.

 

Pirateio tesouros amantes.

Atiço esse fogo prazer.

Louvo tua pele macia.

Tatuo teu nome aos brios.

 

Me dá teu calor desse ardor.

Me aqueça nessa seda sede.

Me envolva nesse corpo lobo.

 

Prometo conter teus gritos aos beijos.

Acariciar teu dorso ao ápice chegar.

Desnudar esse corpo molhado por nós.

 

Silvia Dunley     03.12.2012

Simples jura


Acetino como fêmea faminta.

Assedio ensaios tão íntimos.

Desfruto toantes olores.

Descubro esse corpo trigueiro.

 

Pirateio tesouros amantes.

Atiço esse fogo prazer.

Louvo tua pele macia.

Tatuo teu nome aos brios.

 

Me dá teu calor desse ardor.

Me aqueça nessa seda sede.

Me envolva nesse corpo lobo.

 

Prometo conter teus gritos aos beijos.

Acariciar teu dorso ao ápice chegar.

Desnudar esse corpo molhado por nós.

 

Silvia Dunley     03.12.2012

Teu brilho fascina


Quando você entra no palco da vida,

A luz por ti procura ao brilho maior.

Eu te aplaudo em versos cascatas.

Eu te encontro nas rimas da vida.

 

Momento só meu somados aos seus.

Pássaros trinam belas canções violetas.

A noite termina com borbulhantes beijos.

O dia começa em abraços ousados.

 

Desnudo meu corpo sem medo do frio.

Trago pra ti o calor que te acalma.

Acendo em nós essa chama prazer.

 

Divido carinhos nesse forte de amor.

Agarro entre dedos seus másculos querer.

Te faço brilhar nesses corpos famintos.

 

Silvia Dunley     21.08.2012

Eu e você


Provoco calor nesse corpo mulher.

Atiço minha gula na sede querer.

Fatio vontades molhadas em mim.

Acendo um fogo ao sopro prazer.

 

Alimentas tua fome em potes de mel.

Sacia tua sede em águas tão puras

Adormeço esse Deus nesse colo ninfa.

Atrevo ser tua até do avesso.

 

Que se deleite e aceite.

Tão nua. Tão tua.

Tão meu. Tão nós.

 

Que se danem os danos.

Que se calem as línguas.

Que sejamos um só corpo.

 

Silvia Dunley     23.08.2012

Toques amantes


Te encontrei no reflexo do meu eu.

Aveludei minhas mãos aos anseios.

Vaguei em fantasias coloridas.

Cavalguei imponente e destemida.

 

Arranquei teus suspiros arfantes.

Colhi teus açoites desejos em mim.

Refiz caminhos ao éden em chamas.

Busquei teu dorso em ósculos picantes.

 

Te amei com pegadas de loba.

Te fiz ser tirano ao doce prazer.

Alimentei seus vícios famintos.

 

Acalmei nossos cantos belos.

Embaralhei venenos dosados.

Amamos ousados na relva.

 

Silvia Dunley     28.08.2012

Fogo e fumaça


Rabisquei seu nome na cor da paixão.

Usei do batom o tom mais abrasante.

Refletiu ao espelho desejos ardentes.

Roubei a cena tal qual mecenas.

 

Ardilosa mulher te quis como bárbaro.

Saqueei teus segredos e me fiz refém.

Copulamos vontades em corpos febris.

Tatuamos na pele o cheiro suor.

 

Deleites deixados em nossas alcovas.

Brincadeiras íntimas acolhidas em rosas.

Perfumes borrifam com gana de ganhos.

 

Precisos momentos criados por nós.

Indecisos encontros vibrantes por volta.

Incandescentes corpos pulsando prazer.

 

Silvia Dunley     06.09.2012

Meus sais


Que paixão desenfreada e tentadora.

Onde tudo se permite ao odor inebriante.

Seduz meu pudor na cobiça dos meus ais.

Combato esse homem faminto em prazer.

 

Eu me entrego nessa cama fofa e úmida.

Tu despertas meu dormir e abafas meu falar.

Arrepia nossos corpos e furtiva nossa alma.

Entorpece alquimia ao prazer de se entregar.

 

Um duelo sem derrotas, impulso racional.

Lábios molhados ousando carícias nossas.

Toques macios aos deleites dourados.

 

Cativa-me por inteira nesse dote dama.

Purifica meu corpo e alicia meu pecado.

Bebemos sedentos segredos selvagens.

 

Silvia Dunley     18.09.2012

Deusa primavera



Pisando mansinho, ela arrebata aplausos.

Trazendo finos perfumes colorindo pisar.

Semeando paixões nos jardins corações.

Pintando sedução com flores tão belas.

 

Roubando olhares de machos e fêmeas.

Criando poesias aos súditos amantes.

Vestida em sedas tal quais violetas.

Nascidas nas pedras chorando amor.

 

Tão nobre dama nos clama por mimos.

Seus sinos badalam novos amores.

A relva acalenta casais primaveras.

 

O mundo se deixa aos marcantes toques.

Vivemos momentos como damas da noite.

Aliciamos pecados aos espinhos da alma.

 

Silvia Dunley     20.09.2012

Denuncio


Açoite meus pedidos detidos.

Abnegue seus medos contidos.

Oferte assombros bizarros.

Exale frescor desse corpo.

 

Triunfe com rumo astuto.

Adorne esse peito meu.

Profetize utopias de amor.

Desatine íntimos desejos.

 

Afidalga essa serva servida.

Coaja essa moça tirana.

Acalme esse corpo calor.

 

Alimente essa fera faminta.

Acigane tal qual um errante.

Suspire borbulhas prazer.

 

Silvia Dunley     05.10.2012

Almas desenhadas


 
Sinto sim como é grande essa saudade.

Clamo muito sua essência desenhada.

Crio um mundo altruísta deste artista.

Vivo o agora vagamente no amanhã.

 

Quem te disse que perdi o meu pisar?

Que aplaudi minhas lágrimas amantes.

Que sufoquei esse peito lembranças.

Que tantas e tantas teu nome chamei.

 

Muitos ganhos, poucas perdas.

Meu viver silenciou.

Meu gritar emudeceu.

 

Eu te amo além das nuvens.

Eu te vejo imortal.

Tua ausência me ilumina.

 

Silvia Dunley     18.10.2012

Num só corpo


 
Meus olhos tentam te ver.

Meus braços procuram afagos.

Te acertei na curva da vida.

Te rendi na relva molhada.

 

Tiramos as pedras do limo.

Calamos as bocas abutres.

Galgamos em cumes dourados.

Fizemos tamanha algazarra.

 

Reciclamos toda nossa geografia.

Sacudimos emoções calorosas.

Amamos de um pouco ao muito.

 

Desenhamos melados beijos.

Criamos rubros desejos.

Fizemos fusão diamantes.

 

Silvia Dunley     31.10.2012

Meu solitário

 

Preciso de certezas. Caminhos firmes.

Lágrimas se fazem nessa alma doída.

Rogo ao senhor bonança e coragem.

A fé eu as tenho entre solitários meus.

 

Dobrei as esquinas escuras da vida.

Galguei ao cume em apelos áureos.

Deitei-me no leito em pedras ao limo.

Criei novo mundo roído por ratos.

 

Sufoquei esse pranto aos prantos.

Bebi goles e tragos em dias tão negros.

Colhi belas rosas com profundos espinhos.

 

Sentei-me por instantes diante do mundo.

Fitei esse enigma clamando justiça.

Muito hei de aprender bater uma vez nessa vida.

 

Silvia Dunley     15.11.2012

Estava escrito


 
Entre tantos desencontros nós achamos sintonia.

Nossas mãos firmes e ousadas deslizavam carícias

Nossos impulsos guardavam segredos delirantes.

Nossas horas se estendiam aos anseios cobiçados.

 

Eu cheguei pra te querer e te fiz o meu melhor.

Eu deitei sem deter-me e lhe dei o meu prazer.

Tu cobrias o meu nu com teu corpo umedecido.

Tu arrancavas meus suspiros com astúcia soberana.

 

Nossos corpos se fundiam nessa sede de amar.

Fomos aos poucos conhecendo essa troca valorosa.

Aos encantos da alcova nossos corpos murmuravam.

 

Nossos banhos desenhavam dois amantes incandescentes.

Quantas noites, quantos dias envolvidos por dois deuses.

Que caçada tão precisa que nos fez eternizar.

 

Silvia Dunley     22.11.2012

 

Por muitos sorrisos



Caminho firme em pisadas duras.

Abraço esse eco que grita por ti.

Desnudo sorrisos contidos em mim.

Procuro esquecer quem nunca se foi.

 

As noites enfeitam lágrimas sentidas.

Os dias iluminam as noites escuras.

Eu busco bem fundo o ar pra viver.

Ou talvez sobreviva tal qual um fantoche.

 

Reduzi ilusões levadas ao vento.

Conduzi magias sorrindo na dor.

Colori rubra saudade cinzenta.

 

Naveguei aos mares verdes verdades.

Atraquei ao cais solidão cristalina.

Construí castelos em lágrimas minhas.

 

Silvia Dunley     22.11.2012

 

Acerto de alma


Busquei no infinito teu rosto tocar.

Colhi das rosas perfumes você.

Escrevi teu nome na areia da alma.

Encontrei nos pássaros teu voo revolto.

 

Quantos enganos cometidos.

Quantos impulsos cedidos.

Quantas renúncias por ti.

Quantas dúvidas vividas.

 

Amei muito mais do que devia.

Calei minha voz tão abafada.

Criei um algoz por um triz.

 

Deitei-me sóbria as migalhas suas.

Fiz-me fêmea ao faminto senhor.

Hoje dou-te adeus aos sedentos ais.

 

Silvia Dunley     01.11.2012

Tudo azul


Entre as estrelas cintilantes brinco em brilhos.
Minha chegada se faz com arcanjos azuis.
Meus pedacinhos celestes se vão comigo.
Nasce então um tiquinho de gente grande.



Vim pra trazer o renascer ao nascer.
Chego com fôlego de um vencedor.
Com garras de um filhote tigre.
Com pompas de belo príncipe.

Prometo romper o silêncio.
Fazer bastante algazarra.
Reinar em abraços amassos.

Que saibam o quanto os amo.
Que há muito beijo seus rostos.
Que agora escrevo em pétalas.

Silvia Dunley     07.09.2012



 

Amor cigano


Corpos revoltos em meio ao transes.

Sedutoras mãos contornam seus lábios.

Orvalho sua pele tal qual essa dança.

Beijo teu dorso em rodas de amantes.

 

Desnudo teu ser na colcha cetim.

Castiçais iluminam alcova ditosa.

Castigo malícias ditadas por nós.

Dançamos prazer nas palmas da mão.

 

São cores tão fortes que faíscam amor.

São preces benditas cantadas da alma.

São castas vontades querendo pecar.

 

Te quero meu moço de um jeito gostoso.

Me entrego senhor com fúria de fêmea.

Te faço meu anjo nesse colo bandido.

 

Silvia Dunley     09.08.2012

Sem ilusões


Do nada apareces e pensas cobiçar-me.

Tua ginga sorrateira já não me faz refém.

Refiz os meus caquinhos num jarro de cristal.

Caminho mais feliz nessa íngreme estrada.

 

Não quero tuas migalhas na troca desse amor.

Sou forte como rocha, pois tenho um peito amigo.

Não vendo sentimentos em troca de arranhões.

Prefiro a solidão, pois não estou à venda.

 

Já não sei as tantas vezes que fugas te levaram.

E de quantas noites e dias esperando por ti.

Sentindo na alma esse homem de gelo.

 

Me fiz de aço onde a ferrugem não me corrói.

Hoje te vejo tal qual uma folha que cai ao chão.

Levado ao vento aos cantos dos desencantos.

 

Silvia Dunley     07.08.2012