terça-feira, 29 de novembro de 2011

Seu vôo

Entre trancos e barrancos , conheci um novo mundo.
Éramos dois em um só. Eu perdi minha metade.
Caminhei entre soluços e aos poucos, me erguia.
Fui guerreira, destemida e trilhei novas passadas.

Tenho todas as saudades que se brotam dos meus olhos.
São lembranças que avultam, te trazendo para mim.
Novamente eu repriso esse amor que foi aos céus.
Nossa história colorida foi parar nas mãos de Deus.

Como faço meu senhor pra viver sem esse homem?
Procurando uma resposta, negativo meu viver.
Nessa perda tão doída, me tornei uma bandida.

Sou aquela que se brota entre todas as saudades.
Hoje, fria e calculista, vivo um tempo sem ter tempo.
Como posso ainda estar viva, se morri naquele dia?!

Silvia Dunley,      19.11.2011

Me permita

Quem dera pudesse, beijar-te com arte,
Rasgar tuas vestes ousando minhas mãos,
Despir-me menina e fêmea vestir-me,
Trocar fantasias que permitam ousar.

Colher nossos toques num sonho real,
Cobrir o seu dorso com seios sedosos,
Roubar o seu íntimo na úmida alcova,
Caçar esse macho que cheira prazer.

Desvios faria nas entranhas famintas,
Seriam delírios nascidos por nós,
Dois corpos criados com tamanho encanto.

Queria ser mágica para levitar-me em ti.
Louca também para matar-te em prazer,
Secar tua pele com lábios molhados.

Silvia Dunley,          28.11.2011