quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Amor Boêmio


Sentamos ao banco sob íntimos olhares.

Suas mãos macias tocaram minha pele.

Nossas bocas molhadas detinham prazer.

Aos poucos te vi roubando meus ais.

 

Menino homem, boêmio da vida.

De amores em portos aos cais dos caus.

Que vive da noite e amanhece nos bares.

Se deita nos leitos rifados no peito.

 

Quem cura teus porres das mágoas da alma?

Quem vive esmolando esse amor tão bandido?

Como deter-me num porto inseguro?

 

Não temo as lágrimas, mas sim tantas idas.

O tempo nos leva aos gritos arfantes.

Me entrego tão cega nas sombras das sobras.

 

Silvia Dunley     04.08.2012