quarta-feira, 6 de março de 2013

De olho


Aos gritos e sussurros ganhamos o natal.

Enfeites coloridos ofuscam as verdades.

Pessoas apressadas procuram consumir.

Embalamos presentes ao ego renascido.

 

Cegamos nossos gestos ao pobre sofredor.

Caminhos derrapamos ao ver tantos ao chão.

Calamos nosso grito aos sonhos moribundos.

São gentes como nós que habitam as calçadas.

 

As noites são infestas aos cantos carentes.

A brisa traz o cheiro nas trincheiras da sina.

A burguesia traz os dogmas aos pobres coitados.

 

Palacetes se acendem na magnitude plena.

A mesa tão farta se farta em louças tão raras.

Aqui bem pertinho, no canto da rua, Deus o abraça!

 

Silvia Dunley     03.12.2012

 

 

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