quarta-feira, 15 de junho de 2011

Fibra sertaneja

Surgem então folhas secas. Toda terra fragmenta,

A colheita foi pro brejo, não se tem o tempo certo.
Quando chega a fina chuva, vem trazendo tempestades.
Sertanejo agradece pelo milho e o feijão.

O matuto faz a prosa, mas a vida se proseia,
Vê e vive essa luta com tamanha artimanha.
Sabiá procura abrigo na viola desse canto.
Bem na beira de um riacho, ele espera a bonança.

Pisa firme esse caboclo nesse solo duro e seco,
Traz consigo essa força que alavanca seu viver,
Vê de longe um tempo negro, mas entoa um pedido.

Geografia desumana onde só vislumbra o árido.
Sem ter água, plantações e melhoras de futuro,
Ele encarna na pele e no osso, um eterno sertanejo.

Silvia Dunley.    15.06.20011.

2 comentários:

  1. Olá querida! Parabéns, adorei tudo que vi, em especial seus versos e a canção linda de Elis Regina. É um passeio gostoso estar aqui, desfilar no seu jardim e colher tanta beleza. Um beijo!

    "Geografia desumana onde só vislumbra o árido.
    Sem ter água, plantações e melhoras de futuro,
    Ele encarna na pele e no osso, um eterno sertanejo"

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