quarta-feira, 20 de abril de 2011

Na hora H



Afogados em desejos e medos, vencemos.
O amor mais puro se estendeu na penumbra.
A escolha fora de ambos, sem direitos, sem temores.
Sem ter tempo para erros nós chegamos aos acertos.

Palavras mil. Vontades descontroladas, carícias borbulham.
Renascemos com forças, desafios vencidos de pele a pele.
Nos encontramos num  repente e de repente chegamos ao topo.
Acordamos tal qual adolescentes; tão moços, tão grandes.

Vi o tempo passar, mas todas as marcas se foram ao léu.
Foi você, meu coronel, conseguiu me cativar e delírios ousamos.
Fico tensa quando amamos, mas tu aparas minhas garras.

Concordando com meu eu, eu te quero pra caramba.
Moço, to falando pra você: Minhas curvas são só suas.
Enlouqueço o teu mundo, mas me embriago em seus braços.

Silvia Dunley        15.03.2011

Entrega




Sob a luz do castiçal, a nudez resplandece.

Atrevidas nossas mãos, faz-nos cega de prazer,
Nosso toque magistral descortina um cavalgar.
O seu dorso suntuoso... impera o bicho homem.

Sua língua bem felina faz contorno no meu corpo,
Delicio esse momento como gata no seu cio.
Sua voz sussurra gozos, eu divido com você,
Revivemos esses momentos com intensa ingenuidade.

Este homem bem guloso, safa a fome aos pouquinhos.
Tens o leme desse barco, tens o dote dessa dama,
Purifica o meu corpo, alicia meu pecado.

Que loucura, meu amor! Essa alcova exala amor.
Essa troca de carícias alimenta dois amantes,
Copulamos em frenesi, dou-me inteira pra você.

Silvia Dunley,          04.01.2011

Diamante bruto


Temerosa afastei-me. Prontamente agucei-me, 
Assumi grandes monstros nesse mundo incolor.
Trancadas as portas, tremidas tramelas.
Dormi no breu. Guardei-me na vigília.

Vivi junto ao Forte... balas de festim.
Janelas empenadas, fantasmas à vista.
Contei, sem conter-me, os enigmas da mente,
Feria-me a alma, um Déspota havia.

São fatos de fato. Nada a temer
Cobiças certeiras num vácuo perdido.
Lapsos injustos num tempo só meu.

Teu nome ressoa no fundo da gruta.
Lapido com arte esse bruto diamante.
Garimpo na mina, o homem que amo.

Silvia Dunley,         13.01.2011