Tomara que eu tenha feito "gente" de verdade
Que agasalhe quem sinta frio na alma e no corpo
Que alimente famintas bocas num prato bem quente
Escute aquele que a vida o fez miserável viver
Ensine sem cena e reparta sua parte sem pena
Que grite bem alto aos podres ouvidos déspotas
Mergulhe em carinhos aos sujos pedintes de amor
Agradeça à Deus o muito que poucos tiveram
Que ergam castelos e muralhas se façam
Ecoem bramidos de feras feridas
Que ondas nos cubram nas praias desnudas
Engasgados mundos enganos se danem
Que prolatem em prol das verdades nascidas
E façam girar um mundo despido de utopias
Silvia Dunley 24/04/2012
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